Efeito TikTok: Como Um Minuto Muda Seus Hábitos e Percepções

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Tempo de leitura: 15 minutos

E aí, Bugado ou Bugada! Prepare-se para uma viagem mental, porque hoje vamos explorar como 60 segundos de TikTok podem estar reconfigurando seu cérebro, seus hábitos e até mesmo sua percepção da realidade.

Sim, você ouviu certo!

Hoje vamos desbravar uma selva científica onde neurônios, moralidade e atenção são os reis e rainhas. Afinal, o que será que esses tópicos têm em comum? Já vou adiantando: mais do que você imagina.

Então coloque seu cinto de segurança metafórico, porque vamos decolar.

O Cérebro Como um Oráculo

Vamos começar do começo, ou melhor, do cérebro. Esse órgão incrível que você carrega na caixa craniana é na verdade um tipo de oráculo.

“Caramba, Davi, mas já começa o artigo assim?!”

Sim! Afinal, se você é um leitor assíduo do Mente Bugada, já sabe um tanto disso do artigo que compara o cérebro a uma bola de cristal.

Se ainda não é, não tem problema! Tudo vai ficar claríssimo! Vamos passar pelos principais pontos aqui.

Oráculo? Bola de Cristal? Como assim?

Eu sei, eu sei. “Oráculo” e “bola de cristal” soam como algo saído de um filme de fantasia ou talvez um mercado esotérico, mas calma lá.

Não tem nada de místico aqui. Nada. Não confunda com qualquer coisa pseudocientífica que já tenha ouvido. Não tem a ver com técnicas de “prever o futuro”.

O fato é que o cérebro, esse amontoado de neurônios, realmente age como um oráculo interno. Não que ele tenha o poder de prever o futuro: mas ele tenta – e muito!

Não de forma sobrenatural, claro, mas sim baseado em dados e experiências passadas. E no constante processamento de informações sensoriais.

É mais como um ChatGPT do que como um medium.

Não, ele não vai prever seu futuro amoroso (seria bom, né?), mas ele tenta prever, literalmente, tudo que acontece ao seu redor.

O Cérebro e a Previsão do Futuro

Existem teorias bem atuais da neurociência que falam sobre isso. A principal delas é a que chamam de processamento preditivo.

Essa teoria propõe que o cérebro está constantemente fazendo previsões sobre o que vai acontecer a seguir. E que isso é vital para nossa sobrevivência.

Imagine que você está andando na rua e ouve o som de uma buzina. Seu cérebro rapidamente analisa essa informação, compara com experiências passadas e faz uma previsão: “Provavelmente há um carro se aproximando em alta velocidade; é melhor eu sair do caminho”.

Isso acontece em frações de segundo e é um exemplo de como seu “oráculo interno” está sempre trabalhando para prever possíveis cenários futuros para você.

Agora, você deve estar pensando: “Tudo bem, meu cérebro faz previsões, mas como isso é feito?” Boa pergunta!

Isso ocorre porque o cérebro humano tem a capacidade de formar modelos mentais com base em informações que já possui. Ele usa esses modelos para simular diferentes cenários possíveis, levando em consideração os dados disponíveis.

Por exemplo, se você já experimentou café várias vezes, seu cérebro já formou um modelo mental que pode prever o sabor e o efeito da cafeína. Assim, quando você vê uma xícara de café, seu cérebro já tem uma previsão pronta.

O mais interessante é que essa máquina de previsão está em constante aprimoramento. Cada nova informação ou experiência pode refinar o modelo mental, tornando as previsões cada vez mais precisas.

Isso permite que você navegue por um mundo complexo e em constante mudança de uma forma mais eficaz. Basicamente, seu cérebro está sempre em modo beta, atualizando seus algoritmos de previsão.

É dessa forma que o cérebro é bem comparável a uma bola de cristal!

É Tudo Baseado em Dados, Baby!

Já deve ter ficado claro, mas vale reforçar: todas essas previsões cerebrais não são baseadas em magia ou qualquer outra forma de misticismo. É tudo baseado em dados.

A ciência da neurociência computacional é uma área crescente que estuda como o cérebro processa, armazena e utiliza informações. Este campo tem revelado o quão sofisticados são os métodos de nosso cérebro para organizar e usar dados para fazer previsões acuradas sobre o mundo ao nosso redor.

Seu cérebro é como um supercomputador biológico que está constantemente coletando dados, atualizando seus modelos mentais e fazendo previsões.

Não é à toa que muitos pesquisadores da inteligência artificial (IA) estão estudando o cérebro humano para entender como criar máquinas que possam aprender e prever de forma semelhante.

Por fim, pense nisso: cada vez que você toma uma decisão com base em uma “correnteza” ou “intuição”, você não está simplesmente confiando em algo místico.

Você está realmente confiando em um modelo mental complexo e refinado que seu cérebro montou ao longo de anos de coleta de dados e aprendizado.

Como Você Tem Controle de Si?

Tudo isso parece muito passivo e automático. Você pode se perguntar: mas como eu ajo no meio disso tudo? Afinal, eu me entendo como uma pessoa e sinto que tenho, pelo menos, algum nível de controle.

De fato, você tem!

A principal forma que você tem de manejar esse monte de previsões cerebrais é usar um recurso muito precioso: a atenção.

Esse recurso é tão importante que vamos dedicar um tópico inteiro só pra ele. Bora lá!

Atenção e a Balança Preditiva

Atenção!

Como você explicaria a atenção? Pense um pouquinho e tente fazer isso.

É sobre “prestar atenção”? É sobre “focar”? Como se faz isso, exatamente?

Não é à toa que esse é um dos fenômenos da mente mais complexos e difíceis de explicar. Diversos livros e artigos surgem sobre o tema, mas nenhum deles é muito conclusivo. Às vezes, são até conflitantes.

Por isso que, neste artigo, falaremos da visão de atenção dentro do modelo de processamento preditivo, que é o que há de mais atual nos estudos da mente.

E, se o cérebro vive de fazer predições, a atenção neste modelo é aquilo que diz com base no quê o cérebro fará as previsões.

Vamos com calma! Tudo vai ficar claríssimo!

Previsões, “Pesos” e Atenção

Se a nossa mente fosse um grande teatro, a atenção seria o diretor, escolhendo qual ator deveria estar sob os holofotes em qualquer momento.

Você também pode pensar a atenção como um DJ ajustando os botões em sua mesa de mixagem. A atenção define a importância ou o “peso” que cada previsão terá. Ou seja, ela ajuda o cérebro a decidir a que sinais sensoriais ele deve dar prioridade e que modelos mentais ele deve usar para prever o que vem a seguir.

Vamos trabalhar com alguns exemplos, pra deixar tudo mais claro. Um exemplo falará de dirigir. O outro, de estudar.

Atenção ao Volante

Vamos dizer que você está dirigindo e ouvindo música ao mesmo tempo.

O seu cérebro está inundado de dados – o tráfego à sua volta, o painel do carro, a música tocando.

Mas, se de repente você percebe que o carro da frente freou bruscamente, sua atenção instantaneamente se volta para essa informação.

No contexto do PP, essa “atenção” age como um multiplicador para o “peso” da previsão de que “uma colisão pode estar iminente”. Isso faz com que outras previsões (como a letra da música que você estava curtindo) se tornem secundárias.

Você freia a tempo, evitando o acidente, porque o sistema de atenção do seu cérebro direcionou os recursos computacionais para essa previsão crítica.

Em resumo: se num momento você estava com todo relaxamento, ouvindo música, de repente o cenário mudou. A possibilidade de um acidente fez com que tudo ficasse em segundo plano para que você conseguisse agir para frear a tempo.

O mecanismo que “desliga” a importância da música e “liga” a importância do trânsito é a atenção.

E, note: se a atenção não se manifestasse ali, é bem provável que você continuasse focado na música, ou mesmo nos seus pensamentos. E, com isso, não reagiria a tempo – fazendo com que acontecesse a colisão.

Atenção é fundamental para agir e reagir a tempo ao que acontece ao redor. Vamos ver outro exemplo.

Atenção Aos Estudos

Outro exemplo é quando você está estudando para uma prova.

Digamos que você esteja tentando memorizar uma fórmula matemática complicada enquanto sua TV está ligada. Se você direcionar toda a sua atenção para a fórmula, aumentando o “peso” dessa informação, é mais provável que você a memorize com sucesso.

Isso porque a atenção ajuda a regular quais previsões recebem mais “recursos computacionais”, permitindo que seu cérebro processe essa informação de forma mais eficaz.

Nesses exemplos, a atenção age como um mecanismo de ajuste fino que ajuda a priorizar quais previsões seu cérebro deve focar. É como se a atenção dissesse: “Ei, isso aqui é super importante agora, vamos direcionar mais energia para entender isso”.

E isso, Bugado ou Bugado, é o PP em sua forma mais elegante: um sistema que não apenas prevê, mas também pondera e prioriza essas previsões com a ajuda da nossa atenção.

Atenção e Consciência

A atenção é, portanto, o mecanismo mais importante que existe para agir no mundo de forma consciente.

Voltando aos nossos exemplos: tanto durante a prova quanto durante o estudo, havia uma série de coisas acontecendo ao redor. Trânsito e rádio, fórmula matemática e TV.

Em todas as situações da vida, há muita coisa acontecendo ao redor. O que acontece, de fato, tem grau variável de importância. A atenção é aquilo que seleciona quais informações são relevantes e quais não.

Ao fazer isso, ela atribui pesos diferentes para cada dado presente no mundo. Quando você opta por focar no estudo, está reduzindo a importância de qualquer outra coisa. E é isso que te permite aprender.

Caso você não faça uso da atenção dessa forma, não conseguirá modular os pesos de cada dado presente no mundo. Pare pra pensar no que acontece com o modelo preditivo presente no seu cérebro quando não há essa modulação de pesos para cada coisa.

Você pode ter imaginado: o que acontece que é o cérebro fará conclusões de forma meio aleatória. Se você não está atento, não está selecionando o que é mais importante.

E aí vem a pergunta dolorosa. Se você não está selecionando o que é mais importante, quem ou o que está?

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TikTok, O Ladrão de Atenção

Então, a gente já aprendeu como o cérebro é uma espécie de oráculo futurista que está constantemente nos dizendo, “Ei, talvez você queira dar uma olhada nisso!”

Mas agora, entramos no mundo do TikTok, onde o seu cérebro entra num loop de “que diabos acabei de assistir?!”

Vou te falar: o TikTok é uma mina de ouro para os cientistas do comportamento. O app foi projetado para capturar, manter e às vezes sequestrar a sua preciosa atenção.

“Lá vem você, Davi, com essa teoria da conspiração.”

Pior que não, é ciência! Estudos sobre economia da atenção mostram que plataformas como o TikTok são feitas para capitalizar cada fração de segundo do seu tempo.

Lembra do que falamos sobre atenção e processamento preditivo? Pois é, o TikTok joga com isso como um mestre manipulador.

Ele dá ao seu cérebro novos “dados” a cada poucos segundos, de forma que você não pode prever o que vem a seguir.

E o que acontece? Seu cérebro fica viciado em fazer essas previsões. Você passa de um vídeo para o próximo e o próximo… e de repente, uma hora se passou.

Muito rápido? Ok, vamos com um pouco mais de calma!

Predições, Recompensas e Vídeos Curtos

O cérebro é uma máquina de predições com uma característica bem peculiar: ele adora quando acerta.

Imagina que cada vez que você acerta uma previsão, seu cérebro dá uma festinha com fogos de artifício químicos, geralmente na forma de dopamina.

Isso faz parte do nosso mecanismo de recompensa e é uma das bases para sensações como prazer e felicidade.

Estudos de neurociência mostram que essa “recompensa preditiva” é uma parte fundamental da forma como nosso cérebro funciona.

A Montanha Russa dos Vídeos Curtos

E o que isso tem a ver com TikTok? Os vídeos são curtos, certo? Mas essa brevidade é enganosamente complexa.

Cada vídeo é como uma nova chance para o seu cérebro fazer uma previsão. E como são curtos, as respostas — e as recompensas — vêm rápido.

Isso cria um volume absurdo de oportunidades para o seu cérebro acertar, ou errar, e aprender com isso, mantendo-o engajado.

É como se o TikTok fosse uma máquina caça-níqueis que você pode jogar sem parar, e cada puxada da alavanca é uma nova chance para uma recompensa neural.

O feed infinito de vídeos oferece exatamente isso: um fluxo constante de recompensas previsíveis. No entanto, ainda há variações suficientes para ter uma chancezinha de erro de previsão. E, portanto, manter seu interesse, elevado.

Tudo isso cria um cenário onde você, sem perceber, cai num loop de previsão e recompensa. E é difícil sair dessa, viu?

Redução da Atenção Geral

Quando seu cérebro se torna um especialista em predições rápidas e recompensas instantâneas por meio do TikTok, algo mais sutil também acontece.

O TikTok não é apenas uma plataforma que lhe dá o que você quer; é uma plataforma que lhe dá o que você quer agora. Isto pode ser intoxicante para o seu cérebro, que adora ser recompensado rapidamente.

No entanto, ele também redefine suas expectativas para como a realidade “deveria” funcionar.

Agora, imaginemos que você tem de enfrentar o mundo real, onde as recompensas não são tão instantâneas e os desafios não são tão previsíveis.

Seu cérebro, treinado para antecipar uma série de recompensas rápidas, pode começar a se frustrar, se distrair e procurar estímulos mais fáceis de prever e controlar.

Aqui, você perde a agência.

Em vez de seu cérebro usar suas habilidades preditivas para navegar em um mundo complexo, ele se torna uma máquina de “busca por dopamina”, ignorando tarefas mais significativas que requerem foco e atenção prolongados.

Esta é a armadilha: ao ceder à constante corrente de recompensas do TikTok, você pode estar inconscientemente treinando seu cérebro para ser menos eficiente em cenários que exigem um tipo de atenção mais sustentada e significativa.

Você acaba delegando a autoridade de suas escolhas de atenção ao algoritmo, em vez de mantê-la consigo mesmo.

Então, a festa da dopamina que o TikTok proporciona pode, ironicamente, roubar-lhe da capacidade de direcionar sua atenção de forma mais intencional e significativa, diminuindo sua agência sobre sua própria vida.

Você passa a viver em um script algorítmico, onde suas escolhas não são realmente suas, mas sim respostas condicionadas a estímulos cuidadosamente orquestrados para capturar sua atenção.

Deu um “clique”? Compartilha com alguém que acha que precisa saber disso!

Virando um Peão Algorítmico

Agora que já falamos sobre como seu cérebro se transforma numa máquina de caça-níqueis química, é hora de abordar algo mais insidioso: a perda da agência pessoal.

Mas aqui vai a questão: quando nos acostumamos com recompensas tão rápidas, nossos cérebros começam a pensar como um corredor de 100 metros, não um maratonista.

O problema é que a vida, meu caro, é uma maratona.

Predições de Curto Prazo se Tornam Regra

Imagine que você está em um carro de corrida. A pista é curta e cheia de curvas. Você se torna excelente em fazer curvas apertadas a altas velocidades porque isso é tudo que você faz.

Mas agora imagine tentar usar essas mesmas habilidades em uma estrada longa e sinuosa nas montanhas. Não vai funcionar, né?

No TikTok e em outras plataformas de mídia social, você é treinado para essas “curvas apertadas”, ou seja, para pensar em curto prazo.

Esse é o primeiro passo para perder a agência: você se torna um mestre em reagir, não em planejar.

E, pra ajudar ainda mais, o TikTok tá ali, na palma da mão. Então, você simplesmente não precisa mais sentir tédio. O que isso significa?

Tédio e Conexão com Valores Pessoais

Agora, vamos falar sobre tédio. Sim, aquele sentimento que você evita como se fosse a praga. E que tem sido cada vez mais desvalorizado, talvez até temido.

O tédio é como aquele professor chato que você não quer ouvir mas que tem algo importante a dizer.

É no tédio que muitas vezes temos nossos momentos de “eureca”, onde nos entendemos um pouco melhor.

O tédio é como um espelho que nos permite olhar para dentro de nós mesmos. Sem ele, estamos perpetuamente olhando para fora, aguardando o próximo estímulo externo.

Sem esse espelho do tédio e a estrada longa e sinuosa do pensamento de longo prazo, começamos a perder o contato com nossos próprios valores.

É como estar em um navio sem bússola; você pode estar se movendo rapidamente, mas para onde?

Essa falta de direção faz com que você se torne mais suscetível a ser guiado por outras forças, como algoritmos que têm seus próprios objetivos, não necessariamente alinhados com os seus.

E assim, você se torna menos um ator e mais um reator em sua própria vida. Se não corrige esse curso, você corre o risco de se tornar mero peão em um jogo muito maior, onde a agência pessoal é apenas uma ilusão.

A Vida Governada por Algoritmos

Imagine que você está em um Uber e, em vez de dizer ao motorista para onde você quer ir, você apenas diz “me leve onde todos estão indo”.

No começo, pode até ser emocionante. Quem não gosta de uma pequena aventura, certo?

Mas eventualmente, você perceberá que nunca chegará aonde você, individualmente, queria ir.

Uma vez que o algoritmo esteja mais maduro, a pergunta pode até mudar um pouco. Será como chegar pro motorista e perguntar “me leve onde você acha que eu devo ir”.

Daí, com base nos lugares que você foi anteriormente, o motorista te leva a algum lugar mais ou menos familiar.

Por um lado, isso pode ser bom. Mas, ainda assim, será que você pode dizer que escolheu aonde está indo?

E o que acontece quando vem aquela sensação de tédio e desconforto?

Procurando Respostas no Lugar Errado

Quando nos sentimos desconfortáveis ou insatisfeitos, sua primeira reação pode ser buscar algo que alivie essa sensação.

Só que, como já perdeu sua bússola interna, pode acabar buscando no lugar errado: o mundo externo.

Afinal, é mais fácil comprar algo que prometa felicidade instantânea do que fazer o trabalho interno de entender o que realmente importa.

E o que está por aí, no mundo externo, esperando para aliviar seu desconforto? Um ciclo interminável de consumismo, alimentado por mais algoritmos, claro!

Bateu o tédio? Bateu uma chateação? Uma sensação de vazio?

Oras, abra o app e veja alguns vídeos! E, olha: aquele aparelho, roupa ou jogo novo é tudo o que você precisa para acabar com essa sensação.

De verdade. Eu tenho certeza que você será outra pessoa com o mais novo iPhone na mão. Um mundo de possibilidades se abrirá. Ainda mais se, quando chegar em casa, você tiver um PC de última geração pra jogar o que quiser.

É só você comprar. E, você não vai acreditar: ele está nos últimos dias de uma promoção incrível! É só você comprar e tudo se resolverá. Juro!

Esses últimos parágrafos parecem familiares? Pois é: é o que acontece como promessa para os problemas da vida. Será que resolvem?

O Loop de Insatisfação

Então, aqui está a verdade dolorosa: quanto mais permitimos que algoritmos nos guiem, menos estamos no controle de nossas próprias vidas.

Isso nos leva a uma sensação persistente de insatisfação e mal-estar, o que, por sua vez, nos torna mais suscetíveis a soluções externas e rápidas que prometem – mas raramente entregam – felicidade.

E assim, o ciclo continua, nos mantendo como consumidores obedientes, mas cidadãos e seres humanos profundamente insatisfeitos.

O Caminho de Volta: Reivindicando Sua Agência

Então, você se reconhece nessa espiral de insatisfação tecnologicamente induzida? Ótimo! Reconhecimento é o primeiro passo para a mudança. Aqui vão algumas estratégias para você retomar o controle da sua vida.

1. Desintoxicação Digital

Comece fazendo uma espécie de ‘jejum digital’.

Tire um dia, ou até mesmo algumas horas, longe das redes sociais e outras plataformas alimentadas por algoritmos.

Utilize esse tempo para fazer algo que você gosta ou para simplesmente “ser” e não “fazer”. Isso pode servir como um ‘reset’ para seu sistema de recompensa neural.

Alguns chamam isso de “jejum de dopamina”. O termo é bem ruim e carrega uma série de controvérsias. No entanto, a prática, em geral, pode trazer benefícios.

2. Defina Metas de Longo Prazo

Em vez de ceder à gratificação instantânea, pense em metas de longo prazo que realmente importam para você.

Quer aprender a tocar um instrumento musical? Coloque isso no seu calendário e defina metas alcançáveis.

Quer ser mais saudável? Elabore um plano de alimentação e exercícios que faça sentido para você.

Que sentido você quer dar para a sua vida? O que realmente importa para você?

3. Revise Seus Valores

Pegue um papel e uma caneta e escreva o que realmente importa para você.

Podem ser coisas como família, saúde, ou até mesmo metas de carreira.

Depois, pense em como suas ações diárias estão alinhadas com esses valores.

4. Eduque-se Sobre Algoritmos

Entenda como os algoritmos funcionam para que você possa usar essa informação a seu favor.

Conhecimento é poder.

Quando você sabe como algo foi projetado para manipulá-lo, torna-se muito mais fácil resistir.

5. Cultive o Tédio

Sim, você leu certo. O tédio é seu amigo, não seu inimigo.

É no tédio que você encontrará espaço para a reflexão e a criatividade.

Assim como uma plantinha precisa de água e luz solar, sua mente precisa de momentos de ‘nada’ para florescer.

E não precisa ser um tédio passivo. Você pode perfeitamente temperar alguns momentos de tédio com meditação mindfulness. Temos um guia especial para iniciantes aqui no blog.

6. Experimente um Debug Mental

Você sabia que o Mente Bugada tem um programa de autoconhecimento e autodesenvolvimento que ajuda a lidar com esses temas?

Nele, você fará um verdadeiro tour pelo seu interior, descobrindo seus valores e definindo e descobrindo como atingir metas que estejam de acordo com aquilo que realmente te fará feliz.

É a forma mais reconhecida pela ciência para ter uma vida plena e onde a ansiedade e estresse se mantém sob controle.

Conheça o programa gratuitamente e dê o primeiro passo para uma vida realizada!

NÃO SIGA SOZINHO NO CAMINHO

Durante este mês – e por vagas limitadas, você pode agendar um encontro gratuitamente para conhecer o Debug Mental.

Se aparecer “ESGOTADO” ao clicar no botão, infelizmente já estamos sem vagas.

Se não, é só escolher um horário de sua preferência! Clique no botão abaixo para começar:

Início gratuito e sem compromisso, não se preocupe!

A agência pessoal é como um músculo. Quanto mais você a usa, mais forte ela se torna.

Não permita que algoritmos decidam seu destino. Tome as rédeas da sua vida e, quem sabe, você pode até começar a gostar desse novo você que não está constantemente em busca da próxima “festa da dopamina”!

Que tal começar esta jornada? Estamos juntos!

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Leituras Recomendadas

  1. Stolen Focus: Why You Can’t Pay Attention por Johann Hari.
    • Uma análise profunda sobre a crescente dificuldade que as pessoas têm para manter o foco na era digital e como a constante distração está afetando nossa saúde mental.
  2. Nação Dopamina por Anna Lembke.
    • Uma exploração da ideia de que estamos vivendo em uma “nação dopamina”, onde a busca constante por prazer e gratificação instantânea é exacerbada pela tecnologia, levando a uma série de comportamentos de dependência.


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