Seu Cérebro é uma Bola de Cristal? A Mente Preditiva

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Tempo de leitura: 15 minutos

E aí, Bugado ou Bugada! Preparado(a) para mergulhar no fascinante mundo da predição?

Não estou falando de bolas de cristal, cartas de tarô ou horóscopos. Estou falando do seu cérebro, essa massinha cinzenta dentro da sua cabeça que está sempre tentando prever o futuro.

Vem comigo nessa viagem, e vamos explorar como a mente preditiva funciona!

Como a Mente Não Funciona

Por que é necessário falar disso? Não é óbvio? Há anos se fala sobre como a mente funciona.

Bem, sinto dizer: há muito tempo se fala errado como a mente funciona. E foram consolidados mitos que só atrapalham a compreensão geral.

Neste artigo, trago pra você uma visão dos estudos mais atuais da neurociência. Ela trará uma visão diferente que pode mudar muito a forma como você pensa.

E mudar a forma como você pensa é a melhor forma de ter uma vida melhor! Ainda mais quando se aproxima da realidade. Então, vamos aos mitos mais comuns sobre como seu cérebro funciona:

O Paradigma Perdido: Como Pensamos que a Mente Funciona

Você já se pegou pensando que a mente é como um computador, processando informações e reagindo a estímulos?

Talvez você acredite que o cérebro simplesmente responde ao mundo ao seu redor. Como um carro acelerando quando você pisa no pedal. Ou como a luz acendendo quando você usa o interruptor.

Simples. Fácil. Óbvio: se vi uma comida gostosa, como; se ouvi uma música animada, danço; se senti frio, busco um agasalho.

Mas espere um momento! E quando você vê comida logo depois de sair de um rodízio, sem fome nenhuma? Pode ser que você tenha uma reação de indiferença – ou mesmo nojo – à comida.

Ou quando aquela música animada toca, mas você simplesmente não está no clima para dançar? E se você sentir frio, mas decidir aguentar porque está esperando alguém e não quer sair do lugar?

Esses exemplos começam a revelar que a mente não é tão simples e reativa quanto parece. Há algo mais acontecendo aqui.

Esse pensamento de que o cérebro é apenas reativo é compreensível, mas está incompleto. E é aí que incoerências como essas surgem.

Se o cérebro apenas reagisse aos estímulos, como explicaríamos nossa capacidade de planejar, sonhar e até mesmo imaginar o futuro? Como entenderíamos a criatividade, a empatia ou a intuição?

Antes de passarmos para uma explicação alternativa, vamos dar uma breve passada por outro dos mitos da mente: a ilusão da racionalidade.

O Mito do Controle Total: A Ilusão da Lógica e da Racionalidade

Imagem meramente ilustrativa. Nenhum marshmallow explosivo foi descrito no experimento original.

Agora que desvendamos a falácia de que a mente é simplesmente reativa, vamos explorar outro mito comum.

Você já se sentiu totalmente no controle de suas decisões? Como um lógico imparcial, pesando prós e contras, fazendo a escolha perfeita?

Essa é a imagem que muitos têm de si mesmos: racionais, lógicos e imunes à emoção. No entanto, a realidade é mais complicada, como demonstrado pelo clássico “Experimento do Marshmallow”:

Walter Mischel, um psicólogo da Universidade de Stanford, colocou crianças em uma sala com um marshmallow. Elas podiam comer o doce imediatamente ou esperar 15 minutos e receber um segundo marshmallow.

A escolha lógica? Esperar, claro! Mais marshmallows, mais recompensa.

Mas muitas crianças não conseguiram resistir. Elas comeram o marshmallow imediatamente.

Por quê? Porque a lógica nem sempre vence.

Você pode pensar que é porque são crianças. Mais um exímio exemplo de “pensamento lógico”, não? Então, que tal este outro experimento:

Rápido e Devagar: Vieses em todas as velocidades

Amos Tversky e Daniel Kahneman (Rápido e Devagar), pioneiros no estudo de vieses cognitivos, conduziram uma pesquisa sobre o “efeito de ancoragem”. Eles pediram aos participantes que estimassem o resultado da multiplicação de 1 x 2 x 3 x … x 8 versus 8 x 7 x 6 x … x 1.

A maioria estimou o resultado mais baixo para a sequência decrescente, embora a resposta seja, obviamente, a mesma!

As ciências da mente já listaram dezenas do que chamamos “vieses cognitivos”, que nada mais são do que formas “irracionais” de tomar decisões.

O livro em questão, Rápido e Devagar, é recheado de exemplos!

Nossas decisões não são sempre baseadas na lógica fria e calculista. Elas são influenciadas por emoções, impulsos, desejos, e até mesmo pelo ambiente ao nosso redor.

O cérebro não é apenas um computador calculando a melhor opção. É um órgão complexo, cheio de nuances, tentando equilibrar uma variedade de fatores.

Às vezes, a lógica ganha. Outras vezes, não.

Assim como o ChatGPT dá umas respostas meio estranhas, o cérebro também reage de formas inesperadas. Coincidência? Talvez tenha mais a ver com uma similaridade na forma como funcionam.

Vamos explorar, então, a Mente Preditiva. Bora!

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A Bola de Cristal do Cérebro: Como Funciona?

Primeiro, deixemos algo bem claro: não estamos falando de magia ou misticismo aqui. Estamos falando de ciência, em particular, a ciência da mente preditiva.

A ideia de que o cérebro opera como uma bola de cristal não é uma metáfora vazia; é uma descrição de uma habilidade cerebral altamente sofisticada.

Agora é a hora de entender como isso ocorre!

A Ciência da Mente Preditiva

A mente preditiva, explorada por pesquisadores como Karl Friston em sua teoria da “inferência Bayesiana”, é um dos conceitos mais revolucionários na neurociência moderna. Ele desafia a noção de que o cérebro simplesmente responde ao mundo ao seu redor.

Em vez disso, sugere que o cérebro está constantemente fazendo previsões, antecipando o que vem a seguir e ajustando suas respostas com base nessas previsões.

O cérebro não é um mero reator. É um preditor ativo, sempre à frente do jogo, tentando prever o que vai acontecer a seguir.

Como Isso Funciona?

Você está caminhando pela rua e uma bola vem voando na sua direção. Você se esquiva instantaneamente. Mas como você sabia fazer isso?

A resposta é que seu cérebro já havia calculado a trajetória da bola e previsto o que aconteceria se você não se movesse. E fez tudo isso em milésimos de segundo.

Da mesma forma, pense em quando você está dirigindo em uma estrada movimentada. Você vê um carro à frente frear abruptamente. Seu pé já está no freio antes mesmo de você processar conscientemente o que está acontecendo.

Como? Seu cérebro previu o possível perigo baseado nos movimentos dos outros carros e ativou uma resposta antes mesmo que você pensasse sobre ela, com base no que percebeu e conhecimento prévio de como dirigir.

E isso acontece a todo momento. Seja para uma decisão ou para explicar como você se sente.

A predição do cérebro ajuda a prever se uma bola vai te acertar. Também se você deveria ter motivos para sentir ansiedade.

No fundo, está por trás de todas as suas decisões. Conscientes ou inconscientes.

Vamos explorar um pouco mais como funcionam essas predições emocionais.

Mente Preditiva e Emoções

Você sabia que suas emoções são, em grande parte, o resultado de predições que seu cérebro está fazendo constantemente? Sim, você leu certo! Vamos desmembrar isso um pouco.

Imagine que você está andando na floresta e ouve um farfalhar nas folhas atrás de você. Seu cérebro começa imediatamente a fazer predições sobre o que pode ser, com base nos dados dos sentidos e em suas experiências passadas.

Se você cresceu assistindo a filmes de terror, pode ser que seu cérebro preveja que é um assassino com uma motosserra. Se você é um amante da natureza, pode ser que seu cérebro preveja um esquilo curioso.

Essas previsões não são apenas pensamentos neutros. Elas são acompanhadas por emoções (afetos intepretados), que são respostas fisiológicas a essas previsões. Medo, no caso do assassino; alegria, no caso do esquilo.

Tudo o que vivemos contribui com as predições que faremos. A todo momento, seu cérebro está coletando informações e enriquecendo sua base de dados.

Essa base será usada, no futuro, para predições.

Por exemplo, se você teve uma experiência positiva com um cão amigável na infância, seu cérebro pode prever sentimentos positivos quando você encontra cães no futuro.

Inversamente, uma experiência negativa pode levar a previsões de medo ou ansiedade. Essas previsões emocionais são dinâmicas e podem ser influenciadas por novas experiências e aprendizados.

Essas predições e respostas emocionais, portanto, estão sempre sendo atualizadas com novas informações. Isso permite que você se adapte rapidamente a novas situações.

Emoções e Tomada de Decisão: Uma Dança Delicada

As emoções não são apenas reações; elas são parte integrante do processo de tomada de decisão.

Por exemplo, o medo do assassino com a motosserra pode te fazer correr, enquanto a alegria do esquilo pode te fazer parar e tirar uma foto.

É complexo. Vamos a um exemplo que tem muito a ver com psicanálise:

Quando vemos um amigo repetir uma ação que um de nossos pais fazia na infância, isso vai associar uma série de aprendizados do cérebro. E, como ele sempre faz, o cérebro vai tentar prever o que ocorrerá dali.

Note: não importa muito o que o seu amigo realmente quis fazer. Você não está na mente dele. É impossível saber ao certo – e talvez nem ele mesmo saiba.

Como você vai reagir à ação do seu amigo? Vai ficar feliz ou triste? Vai se sentir bem ou mal? Vai abraçá-lo ou gritar com ele?

Tudo isso depende do que seu cérebro irá prever. E ele usará o conhecimento prévio e as pistas do ambiente (como a expressão, tom de voz e palavras usadas para isso).

Portanto, as predições são a base, também, para nossas emoções e interações sociais. Não é só sobre desviar de bolas voando na sua direção.

O que é verdadeiramente impressionante aqui é que essa compreensão da mente preditiva abre portas para a transformação da vida. Ao entender como o cérebro faz essas previsões e como elas se tornam hábitos, os terapeutas e indivíduos podem trabalhar para reprogramar essas previsões.

Vamos ver com exemplos:

Medos, Vícios e Predições do Dia a Dia

Constatar que o cérebro é preditivo não é apenas uma teoria vaga; é aplicado em tratamentos reais de vícios e transtornos comportamentais:

Medos e Fobias

Imagine uma pessoa com medo de altura. O cérebro dela não está apenas reagindo ao fato de estar em um lugar alto. Está prevendo que coisas horríveis podem acontecer, como cair ou perder o controle.

Essas previsões podem ser tão fortes que provocam sintomas físicos, como tontura e suor. Mas, compreendendo como essas previsões são formadas, terapeutas podem ajudar a reprogramar esses medos, trabalhando com o paciente para criar novas previsões e respostas.

Vícios

Vícios são formas de previsão distorcida. Seja o vício em nicotina, álcool, ou comida, o cérebro aprende a prever prazer ou alívio com base nessas substâncias. E pode passar a prever que apenas elas trazem sensações positivas.

Essas previsões podem ser tão poderosas que ofuscam a lógica e a vontade consciente. Terapias modernas, como a Terapia Cognitivo-Comportamental, exploram essas previsões, ajudando o indivíduo a entender e reprogramar essas respostas viciantes.

Comunicação e Empatia

No nível social, a mente preditiva desempenha um papel crucial na comunicação e empatia. Seu cérebro está constantemente prevendo o que outras pessoas podem estar pensando ou sentindo, baseando-se em suas expressões faciais, tom de voz e linguagem corporal.

Isso ajuda na construção de relacionamentos e na navegação em interações sociais complexas. Essa habilidade de prever e responder às emoções dos outros é a base da empatia e da compreensão mútua.

Desenvolvimento Pessoal e Crescimento

Compreender que o cérebro opera em um modo preditivo significa que há um potencial para crescimento e mudança em quase todos os aspectos da vida.

Quer se trate de superar medos, mudar hábitos alimentares, melhorar as habilidades de comunicação ou explorar novos hobbies, a capacidade de reconhecer e ajustar as previsões do cérebro pode ser uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento pessoal.

A compreensão do cérebro é a base do meu programa de autodesenvolvimento Debug Mental. Se você gosta ou tem curiosidade de explorar esta forma de melhorar sua saúde, bem-estar, relacionamentos e produtividade, não deixe de conferi-lo!

Falarei mais sobre ele daqui a pouco, mas você pode clicar aqui para conhecê-lo melhor. Vai abrir em outra aba, não se preocupe.

Por agora, vamos voltar ao mundo fascinante do cérebro preditivo pensando em mais algumas implicações.

O início da jornada do Debug Mental

O Futuro Está em Suas Mãos: A Previsão Errada

Mas e se seu cérebro errar? E se você se esquivar, e a bola não atingir você? Bem, você pode se sentir um pouco bobo, mas é assim que o cérebro aprende.

Por mais sofisticada que seja a capacidade preditiva da mente, ela não é infalível. Erros acontecem, e o cérebro está constantemente ajustando e refinando suas previsões com base na realidade.

Isto implica em:

  1. Erros de predição são, na verdade, uma coisa bem positiva
  2. Há algumas pistas conscientes de erros nesse processo
  3. Como o cérebro erra, você pode estar sofrendo à toa

Vejamos como isso acontece:

1. Erros de Predição São, na Verdade, uma Coisa Bem Positiva

Esse pode ser um conceito um pouco contraintuitivo, mas os erros de predição não são apenas inevitáveis; eles são, de fato, uma coisa bem positiva. E não apenas porque eles proporcionam uma boa risada quando você se esquiva de uma bola imaginária. Aqui está o porquê:

Aprendizado Constante

A capacidade do cérebro de aprender constantemente é o que nos permite nos adaptar e prosperar em um mundo em constante mudança. E acredite ou não, os erros são uma parte vital desse processo.

Quando você comete um erro, como se esquivar de uma bola que não estava realmente vindo em sua direção, seu cérebro registra essa discrepância. Ele compara a previsão (a bola vai me atingir) com a realidade (a bola passou longe de mim) e ajusta sua previsão futura.

É como se o cérebro estivesse dizendo: “Ops! Errei dessa vez, mas vou lembrar disso para a próxima.” Essa capacidade de reconhecer o erro e aprender com ele é fundamental para o nosso crescimento e desenvolvimento.

Refinamento Contínuo

Os erros não são apenas oportunidades únicas de aprendizado. Eles fazem parte de um processo contínuo de refinamento e aprimoramento. A cada erro, o cérebro ajusta um pouco mais suas previsões, tornando-se mais preciso e eficiente ao longo do tempo.

Pense em um escultor moldando uma estátua. Ele não tira um pedaço enorme de mármore de uma só vez. Ele vai esculpindo aos poucos, fazendo ajustes finos, até que a estátua tome forma. Os erros de predição são como esses ajustes finos, permitindo que o cérebro aprimore suas habilidades e entenda o mundo de maneira mais precisa.

Flexibilidade e Resiliência

Os erros também nos ensinam flexibilidade e resiliência. Quando percebemos que nossas previsões podem estar erradas, aprendemos a ser mais abertos a novas informações e a nos adaptar às mudanças.

Afinal, se o cérebro estivesse sempre certo, ficaríamos presos em nossas maneiras de pensar, incapazes de mudar ou crescer. A capacidade de errar e aprender com esses erros nos torna mais flexíveis e resilientes.

Conclusão: Celebre os Erros

Então, da próxima vez que você fizer uma previsão errada, não se envergonhe. Celebre! Seu cérebro está fazendo exatamente o que deveria: aprendendo, refinando e crescendo.

Os erros de predição não são falhas; são oportunidades de ouro para o aprendizado e o desenvolvimento. Eles são a prova viva de que você está vivo, engajado e em constante evolução.

E se isso não é algo positivo, eu realmente não sei o que é, Bugado ou Bugada!

Deu um “clique”? Compartilha com alguém que acha que precisa saber disso!

2. Há Algumas Pistas Conscientes de Erros Nesse Processo

Você já se perguntou por que, quando comete um erro, sente uma pontada de surpresa ou talvez até uma pitada de vergonha?

Essas sensações não são coincidências nem reações aleatórias. São, na verdade, pistas conscientes de que o cérebro percebeu um erro em suas previsões. Vamos explorar como isso funciona:

O Susto da Surpresa

A sensação de surpresa que você sente quando algo não sai como planejado é um sinal direto de que o cérebro percebeu uma discrepância entre a previsão e a realidade. É como um alarme interno dizendo: “Ei! Isso não era o que eu esperava!”.

Essa surpresa não é apenas uma reação emocional; é uma parte crucial do processo de aprendizado. Ela chama sua atenção para o erro, permitindo que você reflita sobre o que aconteceu e ajuste suas previsões futuras.

A Vergonha do Erro Público

Já se esquivou de uma bola imaginária na frente dos amigos? A sensação de vergonha ou constrangimento que pode seguir é outro indicador consciente de um erro de predição.

Essa vergonha não é apenas uma resposta social. É o cérebro reconhecendo publicamente que errou, e isso pode ser uma motivação poderosa para o aprendizado.

Afinal, ninguém gosta de parecer tolo na frente dos outros. Essa motivação adicional pode acelerar o processo de ajuste e refinamento de suas previsões.

A Intrigante Sensação de Déjà Vu

Outra pista consciente interessante é a sensação de déjà vu. Esse sentimento estranho de que algo já aconteceu antes pode ser um sinal de que o cérebro está lutando para alinhar suas previsões com a realidade atual.

É como se o cérebro estivesse dizendo: “Eu sinto que já vi isso antes, mas algo não está certo”. Essa dissonância pode ser um sinal de que o cérebro está trabalhando ativamente para ajustar suas previsões, tentando entender por que algo parece familiar, mas não se encaixa perfeitamente.

Conclusão: Preste Atenção às Pistas

Essas pistas conscientes de erros não são meros acidentes ou curiosidades. São janelas para o processo de aprendizado e ajuste contínuo que está acontecendo dentro do seu cérebro.

Ao prestar atenção a essas sensações e refletir sobre o que elas significam, você pode se tornar mais consciente de como seu cérebro está trabalhando, aprender com seus erros mais rapidamente e até mesmo usar essas informações para tomar decisões mais informadas no futuro.

Então, da próxima vez que você sentir aquela pontada de surpresa, aquela pitada de vergonha ou aquele intrigante déjà vu, pare e pense. Seu cérebro está tentando lhe dizer algo, e pode ser algo bem valioso.

3. Como o Cérebro Erra, Você Pode Estar Sofrendo à Toa

A capacidade de predição do cérebro é verdadeiramente notável, mas como já discutimos, ela está longe de ser perfeita.

E aqui está a parte que realmente faz coçar a cabeça: às vezes, esses erros de predição podem causar sofrimento desnecessário. Vamos descobrir como isso acontece:

Previsões Catastróficas e Ansiedade

Você já imaginou o pior cenário possível para uma situação, apenas para descobrir que estava completamente errado? Essas previsões catastróficas são o cérebro errando na tentativa de prepará-lo para o pior.

No entanto, muitas vezes, essas previsões são exageradas e improdutivas, levando a ansiedade e estresse desnecessários. Em alguns casos, gerando transtornos como ansiedade generalizada, em que a pessoa tem uma régua de previsões cronicamente descalibrada.

Viver no Futuro, Sofrer no Presente

Outro erro comum é quando o cérebro fica tão focado em prever o futuro que esquece de viver o presente. Você pode estar tão preocupado com um evento futuro que sua mente está constantemente voltada para ele, impedindo-o de apreciar o momento presente.

Esse foco excessivo no futuro pode roubar a alegria do agora e causar um sofrimento desnecessário.

Toda Mudança Causa Desconforto

O cérebro usa experiências passadas para fazer previsões sobre situações futuras. Isso significa que situações totalmente novas não podem ser previstas pelo cérebro. E ele usará o melhor que tem em suas experiências para prever algo novo.

Na prática, isso significa que toda mudança de vida causa desconforto. O cérebro não sabe bem o que prever – e ele é bem conservador. A tendência é sempre que você viva dias iguais e previsíveis. Tentar sair da rotina (que é necessário), é visto como algo desconfortável.

Conclusão: Corrigindo o Curso

A boa notícia é que, ao entender como esses erros de predição ocorrem, você pode trabalhar para corrigi-los. Afinal, o cérebro é uma máquina de aprendizado, e você tem o poder de ensiná-lo a fazer previsões melhores.

Ter consciência desses erros e trabalhar ativamente para corrigi-los pode levar a uma vida mais feliz e menos estressante. Pode ajudar você a deixar de lado as preocupações infundadas, a viver mais no momento presente, e a abordar o mundo com uma mentalidade mais positiva e aberta.

Então, da próxima vez que você perceber que seu cérebro está fazendo uma previsão errada que está causando sofrimento, lembre-se de que você tem o poder de ajustar essa previsão. Você pode ensinar seu cérebro a ser um preditor mais preciso e compassivo.

E isso, Bugado ou Bugada, é como você pega o controle do futuro e vive uma vida mais rica e gratificante!

O que Fazer com Isso Tudo?

Aí está, caro Bugado ou Bugada, uma viagem através do maravilhoso e às vezes confuso mundo da mente preditiva.

Aprendemos como o cérebro é um maestro habilidoso na orquestração de nossas percepções, emoções e ações. Vimos como ele pode acertar e errar, e como esses erros podem ser tanto ferramentas de aprendizagem quanto fontes de sofrimento desnecessário.

Mas a questão é: o que fazer com tudo isso? Como aplicar esse conhecimento na vida real?

Botando na prática

Se você leu o artigo até aqui, eu quero continuar te ajudando a navegar pelos mistérios da mente por essa nova perspectiva, que envolve o mais atual e intrigante da neurociência e psicologia.

Se quiser entender um pouco melhor por conta própria como funciona essa coisa de cérebro preditivo, recomendo que conheça o Frames de Decisão.

O Frames de Decisão é um modelo de entender as decisões da mente que abstrai a parte complexa.

Ele permite a você entender os bugs da sua mente sem que precise virar um neurocientista!

Leia mais no artigo sobre o Frames de Decisão.

Se quiser começar as mudanças o quanto antes, conheça o Debug Mental.

O Debug Mental é meu programa de autodesenvolvimento feito totalmente com base nessas premissas.

Ao contrário dos cursos e programas de coaching vazios que você vê por aí, ele foi criado desde o zero com base em ciência sólida. E conversa com as abordagens terapêuticas praticadas pelos psicólogos, como a Psicanálise e Terapia Cognitivo-Comportamental.

Como eu sei disso? Bem, eu sou psicólogo por formação e meus estudos em pós-graduação são justamente na área da neurociência! E também fiz formação em coaching, se tem essa dúvida ;).

Então, eu tenho conhecimento e convicção de que o Debug Mental é um programa totalmente inovador para autoconhecimento. E, com ele, melhorar a sua saúde, relacionamentos e vida produtiva.

Te convido a conhecer mais sobre o Debug Mental. Deixe seu e-mail clicando no botão abaixo e te mando informações, sem compromisso!

Ah, mas sem prejuízo a qualquer terapia ou acompanhamento de saúde que você faça atualmente, combinado?

Conclusão

O cérebro preditivo é mais do que uma curiosidade científica; é uma janela para a alma humana. Ao entender como ele funciona, você tem em suas mãos uma ferramenta poderosa para viver uma vida mais rica, consciente e compassiva.

Então, Bugado ou Bugada, a bola está em sua quadra. O futuro pode estar em suas mãos, mas o presente é seu para viver. Aproveite essa viagem chamada vida e explore todas as possibilidades que a compreensão da mente preditiva tem a oferecer.

Afinal, o futuro é agora, e você está, ainda que parcialmente, no controle.

Referências utilizadas:

Rápido e Devagar: Duas Formas de Pensar – Amos Tversky e Daniel Kahneman

Seven And A Half Lessons About The Brain – Lisa Feldman Barrett

How Emotions Are Made: The Secret Life of the Brain – Lisa Feldman Barrett

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Espero que este artigo tenha sido útil e divertido. Até a próxima!


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Comentários

4 respostas para “Seu Cérebro é uma Bola de Cristal? A Mente Preditiva”

  1. Avatar de Michele Hotz
    Michele Hotz

    Como o cérebro é maravilhoso

  2. […] um pouco disso no artigo que compara o cérebro a uma bola de cristal, […]

  3. […] Sim! Afinal, se você é um leitor assíduo do Mente Bugada, já sabe um tanto disso do artigo que compara o cérebro a uma bola de cristal. […]

  4. […] Temos inclusive um artigo sobre o tema, que você pode ler depois para se aprofundar: Seu Cérebro é uma Bola de Cristal? A Mente Preditiva […]

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